“A Triste Historia de Josefina e Teodoro”
Aos leitores peço licença,
Pra minha historia contar.
É um causo muito triste,
De sofrimento e penar.
Um destino de um casal,
Em uma mesa de bilhar.
Josefina e Teodoro,
Dois amantes apaixonados.
Que se conheceram um dia,
Em uma festa de gado.
Foi amor a primeira vista,
Logo estavam enamorados.
Não poderia os pimpolhos,
O amor em público assumir.
Pois havia um empecilho,
Muito triste e mui ruim.
Se amavam a distancia,
Na esperança que um milagre,
Viesse lês acudir.
Josefina era uma moça,
Se extrema formosura,
Requintada e direita,
Era um poço de ternura.
Mas por dentro dela havia,
uma grande amargura.
Teodoro era um jovem,
Mui querido e respeitado.
Era vaqueiro e corajoso,
Por suas proezas era admirado.
Mas não tinha alegria,
a tristeza morava ao seu lado.
Deixe eu vos contar agora,
o motivo do dezabor.
Era que Chico Nunes, o pai de Josefina,
homem bom e trabalhado.
Mas que tinha ele um defeito,
era um péssimo jogador.
Bilhar era sua preferência,
Se a Ele alguém viesse convidar.
Largava o que estivesse fazendo,
E ia para os bares apostar.
Perdia tudo que tinha em mãos,
E pra casa voltava a lastimar.
Josefina sofria muito,
Com o vicio do seu pai.
Sua mãe havia partido,
Pois não suportava mais.
Ver seu marido perder tudo,
Foi-se pra não voltar jamais.
Josefina ficou só,
Cuidando do velho Chico.
Suportando e sofrendo,
Por causa do vicio maldito.
Mas o amor pelo seu velho,
Era forte e mui bonito.
O problema é que havia,
Por aquela região.
Um jovem oportunista,
Cujo nome era Damião.
Mal caráter e sem escrúpulos,
Vagabundo e ladrão.
O vilão desta historia,
Procurando a quem tragar.
Encontrou a bela Josefina,
Fazendo compras para o lar.
Ficou bobo e apalermado,
Dizendo: _ Essa eu vou namorar.
Apartir daquele momento,
nasceu nele uma obseção.
Conquistar a bela jovem,
essa era sua missão.
Dizia dentro de si,
_ Essa eu não perco não.
Foi em vão as investidas,
Nada certo nada definido.
Nada conseguia com a jovem,
E então ficou doido.
Pois sabia ela a fama,
Daquele grande bandido.
Damião muito insistente,
não querendo desistir.
Ouviu uma certa conversa,
De dois matutos por ali,
Falavam do velho Chico,
E de seu azar sem fim.
Logo arquitetou um plano,
Começou ele a traçar.
Chamaria o velho Chico,
Para uma partida de bilhar.
Sendo ele um viciado,
Haveria de aceitar.
Plano traçado, tudo certo,
Mandou logo um recado.
Pelas mãos de um menino,
Um bilhete mal traçado.
O preço da aposta,
Seria de duzentos cruzados.
O velho Chico aceitou,
Não pensou nem uma vez.
Dizendo: _Agora eu vou a forra,
Desse bobo ganharei.
Se perder faço, uma promessa,
Desse vicio mim libertarei.
Chegou logo no local,
Que por Damião foi indicado.
Era o bar do Zé Topeira,
Um local muito afamado.
Mesa posta, mesa pronta,
Começou o jogo falado.
Damião muito esperto,
Deixou o velho ganhar.
As três primeiras partidas.
E o povo a admirar.
E o velho dizia,
_Vou bater até cansar.
Damião então tomou,
As rédeas e a direção.
Passou a ganhar todas,
Deixou o velho sem um tostão.
O velho Chico abatido,
Foi tremenda a lição.
Damião disse meu velho,
Não mim ache abusado,
Tenho para ti uma oferta,
Não quero que fique sangado,
Preste muita atenção,
Mim ouça e fique calado.
Tens em casa uma filha,
Que igual aqui não há,
Sou por ela apaixonado,
Com ela quero mim casar.
Então vamos fazer um trato,
nesta mesa de bilhar.
Se ganhar uma só partida,
Em dobro a ti devolverei.
Todo dinheiro por ti perdido,
Todo dinheiro que ganhei.
Essa é uma boa proposta,
Disso eu bem sei.
O velho Chico se assustou,
E começou a meditar.
Mas o vicio que é maldito,
Começou a o atiçar.
Aceitou a tal oferta,
Na esperança de ganhar.
Não foi surpresa nenhuma,
O maldito resultado.
Damião ganhou o jogo,
Do velho Chico azarado.
Perdeu seu grande tezouro,
Disse: _Agora to acabado.
Foi pra casa abatido,
Não comeu e não dormiu.
Josefina preocupada,
Inocente não sentiu.
Um barulho de um corpo,
Que no quarto caiu.
Estranhando a demora,
Da aparição do seu pai querido.
Josefina o chamou,
Ele não Le deu ouvido.
Resolveu entra no quarto,
E ver o que tinha acontecido.
Qual grande foi sua surpresa,
E o susto que levou.
Vendo o corpo do seu pai,
Sem vida e sem valor.
Ao lado o maldito frasco,
Do veneno que tomou.
Havia também um bilhete,
Que o velho escreveu.
Ele dizia com poucas palavras,
O erro que cometeu.
Josefina então leu,
E então se comoveu.
“Minha querida menina,
mim perdoe de coração.
O que fiz foi muito triste,
Por isso peço o seu perdão.
Pois te perdi em um jogo,
Para um tal de Damião.
Josefina muito triste,
Sem saber o que fazer.
Viu seu sonho desabar,
Viu seu mundo estremecer.
Lembro logo de Teodoro,
Que era seu verdadeiro prazer.
Fizeram então o enterro,
Era grande a agonia.
Josefina desconsolada,
Consolo de ninguém queria.
Havia perdido o pai,
E aquele que tanto queria.
Damião cara de pau,
Ao enterro não faltou.
Foi reclamar o prêmio,
Que no jogo ele ganhou.
E disse Pra Josefina,
_Peça o que quizer e eu te dou.
Josefina com muito ódio,
E nojo daquele rapaz.
Disse: Tudo o que eu quero,
É que não mim toque jamais,
Pois tiraste a minha vida,
E acabaste com a minha paz.
Os dias se passaram,
Damião muito contente.
Começou os preparativos,
Queria o casamento urgente.
Josefina por outro lado,
se mantinha indiferente.
Teodoro desesperado,
Marcou um encontro com sua amada.
Os dois se encontrariam,
As escondida em uma mata.
Não sabiam o que fazer,
O destino havia lês armado uma cilada.
Josefina ouviu um conselho,
De uma amiga importante.
_Fuja com o seu amado.
fuja para bem distante,
não estrague sua vida,
com aquele mediante.
Decidiu então marcar,
Um encontro com Teodoro.
E logo sem demora,
Contou o seu plano.
Ele muito se alegrou,
E disse: _Isso é certo não é engano.
Faltando apenas dois dias,
Para o casamento acontecer.
Teodoro disse á sua amada,
A nossa fuga hoje tem que acontecer.
Junte logo suas coisas,
Fugirermos ao anoitecer.
Mas o destino cruel,
Achando que já não bastava.
Para os nossos dois heróis,
Armou mais uma cilada.
Damião logo soube,
Daquela planejada escapada.
Damião se enfureceu,
Mas não se deu por vencido.
Chamou oito companheiros,
Todos ladrões e bandidos.
E disse: _Matem o rapaz,
Deixe a moça comigo.
A noitinha se encontram,
O casal apaixonado.
Começaram a escapada,
Com muito zelo e cuidado.
Procurando não deixar,
Para traz nenhum rastro.
Não sabiam os pombinhos,
Da espertesa de Damião.
Pois havia ele colocado,
A seus serviços um espião.
E então não foi difícil,
Saber do casal a direção.
Damião logo soube,
Que o casal havia escapado.
Cada um em um cavalo,
Pelas matas e serrado.
Juntou logo seus amigos,
Todos fortemente armados.
O encontro então se deu,
Ao amanhecer o dia.
O casal juntos e abraçados.
Mui cansados adormeciam.
Pois cavalgaram até tarde,
Para logo chegar,
Ao destino que queriam.
Damião deu um tiro,
Assustados o casal despertou.
Teodoro deu um pulo,
uma arma então sacou.
Mas um tiro certeiro,
O nosso herói desarmou.
Não se dando por vencido,
Teodoro resistiu.
Pulo em um dos bandidos,
Deu-lhe um soco e ele caiu.
Mas estava em desvantagem,
E mais um tiro então se ouviu.
Josefina nada podia fazer,
Pois já estava dominada.
Damião Le segurava,
Se sentia angustiada.
Vendo o seu amado morrendo,
Em uma luta macabra.
Teodoro agonizando,
Com um tiro no peito.
Olhava triste para sua amada,
Que jazia em desespero.
Recebeu mais um projétil,
Que furou seu olho esquerdo.
Josefina conseguiu,
Se Damião se soltar.
Correu para o seu amado,
Desesperada a chorar.
Dizendo: _Por favor não morra,
Logo vamos nos casar.
Teodoro perdendo as forças,
Conseguiu balbuciar.
_Josefina minha amada,
Para sempre irei te amar,
Onde quer que tu esteja,
Ao teu lado irei estar.
E com um olhar apaixonado,
Um beijo a ela implorou.
Ela carinhosamente,
Fortemente o abraçou.
Com um sorrisso no rosto,
Nos braços de sua amada expirou.
Josefina deu um grito,
E olhou pra Damião.
Dizendo: _Monstro desgraçado,
Jamais terá meu corpo,
Muito menos meu coração.
Tu mataste que eu amava, irá para o inferno,
Esta é minha maldição.
Pegou ela o revolver,
Que de Teodoro havia caído.
E disse: _Meu amor eu não te deixarei,
Nosso amor será bendito.
Apertou o gatilho,
Dando um tiro em seu ouvido.
Damião vendo que tudo,
Acabava de se findar.
Partiu com seus amigos,
Irritado e a lastimar.
Deixando dois corpos estirados,
Dois destinos traçados,
Em uma mesa de bilhar.
Dou fim a esse drama,
Que é pura ficção.
Mas na vida real,
O jogo as vezes rouba a razão.
Trazendo muito sofrimento,
E as vezes a destruição.
Enyreis
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