"Não temo a morte"
Não temo a morte, nem devo temer
É o outro lado, do verbo viver.
Não, não temo a morte, porque temeria?
O que temo na verdade, é a tal agonia.
Não temo a morte, a vida, essa sim.
Temo que ela se vá, sem dar-me tempo,
De mim redimir.
Não temo a morte, Temo a fome.
Que sem escolher,
Mulheres, crianças ou homens,
Pouco a pouco os consomem.
Não, não temo a morte.Temo a solidão,
Que machuca e fere, e pouco a pouco,
Nos mata sem compaixão.
Não temo a morte.
Temo a guerra,
Que não mata apenas.
Estraçalha, destrói, dilacera,
E suja de sangue,
Nossa amada terra.
Não, não temo a morte.
Temo a ira de Deus.
Que ela não caia sobre mim,
Para que eu tenha perdão,
Dos pecados meus.
Que eu viva a vida com amor.
Que venha a morte sem dor.
Enyreis
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